domingo, 25 de março de 2018

Baronesa do Sobral - "Sinhá Costinha"


Por Fernando Osório

"Maria Francisca da Costa Rodrigues da Silva, espírito de elite, primorosamente cultivado, era chamada carinhosamente Sinhá Costinha, na intimidade da família, como no reconhecimento e admiração de quantos veneravam, pelo altruístico caráter, tão distinta pelotense. 

Em sua honra, disse a Revista Azul, folha literária de Lisboa: 'É uma das mais notáveis figuras da sociedade aristocrática pelotense. Uma das mais notáveis artistas amadoras do Brasil. Quer manejando o pincel sôbre a tela, quer correndo os finos e aristocráticos dedos sôbre o teclado de um piano, quer reproduzindo na escala cromática as mais brilhantes composições musicais, a Baronesa do Sobral evidencia os mais subidos dotes naturais, assim como a paixão aprimorada pela arte, realçados com uma não vulgar e superior beleza. Compreende-se, escutando a versão bíblica, que Deus empregou todos os recursos da sua onipotência divina, na criação da mulher, em quem reuniu os perfumes das flores, o cântico das aves e o lume dos astros. D. Maria Francisca da Costa Rodrigues da Silva é natural da cidade de Pelotas, filha dos Barões de Arroio Grande, ilustre e nobre família brasileira, e espôsa do Sr. Francisco de Paula Rodrigues da Silva, hábil e inteligente diretor da Companhia de Seguros 'Pelotense', a quem desposou em segundas núpcias. 

Desde muito jovem consagrou-se ao culto da arte, e goza justamente os créditos de exímia pianista e cantora de muito merecimento, possuindo uma das vozes mais deliciosamente timbradas, aprimorada por esmerado estudo. Como pintora, o seu pincel tem condão sôbre-humano. Pelos encantos pessoais, pelo fino espírito, pelo seu estudo e especiais dotes artísticos, a Sra. Baronesa de Sobral faz subida honra ao Brasil, sua Pátria. Faleceu, em Pelotas, a 4 de abril de 1908."

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